Fim das autoescolas em debate: riscos, empregos e segurança no trânsito em jogo
O anúncio do governo federal sobre o possível fim da obrigatoriedade de aulas em autoescolas para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) acendeu um alerta em Feira de Santana. Especialmente para instituições tradicionais como a Autoescola Visão, que há 37 anos forma condutores com excelência e segurança, liderando aprovações na cidade.
Embora o objetivo declarado seja reduzir custos, já que uma CNH pode variar de R$ 3 mil a R$ 4 mil, especialistas, instrutores e proprietários alertam: tirar as autoescolas do processo de formação não elimina o problema, apenas transfere riscos para motoristas despreparados.
Sem as autoescolas, milhares de instrutores ficariam vulneráveis, sem salário fixo, INSS, FGTS, 13º, seguro de trabalho ou estabilidade. Eles teriam que usar seus próprios veículos, fazer toda a publicidade e assumir responsabilidade total por acidentes, sem a estrutura de segurança e manutenção que os carros das autoescolas oferecem.
Além disso, a educação no trânsito estaria ameaçada. Autoescolas sérias preparam condutores para situações reais, ensinam direção defensiva, convivência com ciclistas e pedestres, e garantem que cada aluno saia pronto para enfrentar o trânsito de forma segura. Sem essa preparação, o risco de acidentes aumenta, tornando o barateamento da CNH uma falsa economia para a sociedade.
A Autoescola Visão propõe soluções concretas para reduzir custos sem comprometer a segurança:
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Reduzir o valor de exames médicos e laudos, que poderiam ser realizados pelo SUS;
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Tornar os preços das aulas práticas mais justos, respeitando a regulamentação do DETRAN;
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Manter o núcleo mínimo de aulas obrigatórias, com instrutores capacitados e veículos adaptados.
“Para quem não sabe dirigir, não basta apenas um carro ou alguém oferecendo aula improvisada. É preciso estrutura, supervisão e ensino profissional. Tirar a autoescola é colocar vidas em risco”.
Em suma, é possível baratear a CNH e modernizar o processo sem eliminar as autoescolas. A experiência de décadas mostra que essas instituições não são luxo, mas garantia de segurança, emprego e formação de condutores conscientes. Antes de qualquer decisão, o governo precisa ouvir as autoescolas, os instrutores e a população.
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