Bahia registra melhora na fome, mas ainda tem 5,8 milhões de pessoas passando fome
Apesar de registrar em 2024 o menor índice de insegurança alimentar dos últimos 20 anos, a Bahia ainda enfrenta grave problema de fome, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira (9).
O levantamento mostra que 2,115 milhões de domicílios — ou 37,8% das residências baianas — convivem com algum grau de insegurança alimentar, da preocupação com o acesso à comida até a falta efetiva de alimentos. Embora tenha havido uma redução de 3,2% em relação a 2023, o estado ainda é o quinto do país em proporção de lares com fome e o segundo em números absolutos, atrás apenas de São Paulo.
A pesquisa detalha que:
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1,334 milhão de lares vivem insegurança leve (23,8%) — aumento em relação a 2023
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477 mil lares sofrem insegurança moderada (8,5%)
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304 mil residências enfrentam insegurança grave (9% a menos que em 2023), atingindo cerca de 707 mil pessoas
No total, 5,8 milhões de baianos enfrentam algum nível de fome ou risco de ficar sem comida. A insegurança alimentar atinge mais fortemente lares chefiados por mulheres (59,9%), pessoas pardas (54,7%) e indivíduos com baixa escolaridade.
No cenário nacional, 24,2% dos domicílios brasileiros passam por algum grau de insegurança alimentar, com destaque negativo para Pará (44,6%), Roraima (43,6%) e Piauí (39,3%), enquanto estados do Sul, como Santa Catarina (9,4%), apresentam índices bem menores.
Embora os números mostrem uma leve melhora, especialistas alertam que o avanço é lento, desigual e ainda insuficiente, evidenciando que milhões de baianos continuam lutando para ter acesso a um direito básico: a alimentação.
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