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Casos de esporotricose crescem em Feira de Santana e atingem principalmente mulheres




 O número de casos de esporotricose tem crescido de forma preocupante em Feira de Santana, no centro-norte da Bahia. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cerca de 60% das pessoas infectadas em 2025 são mulheres, dado que chama atenção das autoridades sanitárias.

A doença, causada pelo fungo Sporothrix e transmitida principalmente por gatos, tem se espalhado por diferentes bairros da cidade, como Campo Limpo, Chácara São Cosme, Jardim Acácia, Novo Horizonte e Santa Mônica.

Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 78 casos de esporotricose humana, em pessoas com idades entre 2 e 73 anos. O número já se aproxima do total de 2024, quando foram confirmados 85 casos em todo o ano.

Segundo a chefe da Divisão de Controle Epidemiológico, Verena Leal, o aumento preocupa não apenas pela expansão da doença entre humanos e animais, mas também pela predominância de casos no público feminino.

“A maioria da incidência dos casos está representada no gênero feminino. Isso representa aproximadamente 60% dos casos notificados”, afirma Verena.

Por que as mulheres são mais afetadas?

De acordo com a gestora, a rotina de cuidados é um fator determinante.

“Principalmente os cuidados domésticos, as atividades rotineiras com os animais e até mesmo com aqueles que vivem nas ruas. Tem sido observado um comportamento mais presente entre as mulheres nesse tipo de interação, o que as torna mais expostas à doença”, explica.

Vigilância reforçada

Apesar do cenário de alerta, a coordenadora ressalta que parte do crescimento dos registros também se deve ao fortalecimento da vigilância.

“Quando temos um registro maior de casos, isso não significa apenas crescimento da doença, mas também que há uma observação mais frequente, inédita e resolutiva. Se estamos vigiando, vamos encontrar e notificar mais casos, além de tomar medidas de precaução”, pontua.

Atualmente, a SMS atua em duas frentes:

  • Centro de Vigilância Zoonótica: exames em animais suspeitos, diagnóstico e orientação sobre tratamento.

  • Ambulatório de Infectologia: atendimento e acompanhamento de pacientes diagnosticados.

Cuidados e prevenção

A médica veterinária Juliary Correia, professora do curso de Medicina Veterinária da UNIFACS, explica que a transmissão pode ocorrer por mordidas, arranhões ou contato com secreções de animais infectados.

O tratamento é feito com antifúngicos e costuma ser prolongado.

“O tratamento deve ser mantido por, no mínimo, 30 dias após a cura clínica, a fim de garantir a eliminação completa do fungo”, orienta.

A SMS reforça medidas preventivas à população: observar animais domésticos, manter os quintais limpos, cortar e higienizar as unhas dos gatos, evitar contato com animais com feridas suspeitas e buscar atendimento rápido em caso de sintomas.

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