Rodoviários de Feira de Santana ameaçam greve em meio a negociações salariais com empresas de ônibus

 Feira de Santana, 8 de maio de 2025 – Os rodoviários de Feira de Santana iniciaram nesta semana uma nova rodada de negociações da campanha salarial de 2025 com as empresas concessionárias do transporte coletivo urbano. No entanto, a possibilidade de paralisação das atividades já foi levantada pela categoria, caso as reivindicações não sejam atendidas. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Mobilidade Urbana, Sérgio Carneiro.

Pauta de reivindicações

Maio marca o mês da data-base do dissídio da categoria, que anualmente apresenta uma pauta com pedidos de correção salarial, reajuste do vale-transporte e manutenção de benefícios como plano de saúde e plano odontológico.

“As negociações começaram e o sindicato apresentou sua pauta, como ocorre todos os anos. Há um esforço para alcançar um acordo que seja bom para os trabalhadores e viável para as empresas”, afirmou Sérgio Carneiro.

Empresas alegam crise no setor

As concessionárias Rosa e São João, responsáveis pelo transporte coletivo no município, justificam dificuldades em atender as demandas dos rodoviários com base na crise financeira que atinge o setor em todo o país. Segundo dados repassados pela Secretaria de Mobilidade Urbana, a pandemia de covid-19 reduziu drasticamente a demanda de passageiros: de cerca de 2 milhões por mês, em 2019, para aproximadamente 1 milhão atualmente.

Além disso, o número elevado de gratuidades previstas em lei — como para idosos, estudantes e pessoas com comorbidades — compromete a receita das empresas. “São muitas questões envolvidas, e o poder público precisa participar da solução”, frisou o secretário.

Débitos da gestão anterior

Outro entrave apontado nas negociações são os débitos herdados da administração municipal anterior. A Prefeitura de Feira de Santana ainda busca formas de quitar valores atrasados com as empresas de transporte. “O prefeito José Ronaldo está há apenas quatro meses no cargo e ainda na fase de arrumação da casa. A PGM acompanha esses processos e, no tempo certo, os débitos serão equacionados”, garantiu Sérgio Carneiro.

Mediação e expectativa

O secretário afirmou ter o respeito da categoria e a confiança do Sindicato dos Rodoviários para intermediar o diálogo com a Prefeitura e com as empresas. “Tenho uma trajetória de luta ao lado dos trabalhadores. Os rodoviários me deram crédito para representar suas demandas e buscar uma solução junto ao prefeito. Nosso objetivo é evitar uma paralisação que prejudique milhares de usuários do transporte público”, afirmou.