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Feirantes da Marechal Deodoro protestam na Câmara por melhores condições de trabalho

 Feira de Santana (BA), 13 de maio de 2025 – Feirantes da tradicional feira livre da Marechal Deodoro estiveram na manhã desta terça-feira (13) na Câmara Municipal de Feira de Santana para reivindicar melhores condições de trabalho. A mobilização ocorreu após a Prefeitura anunciar, por meio do Diário Oficial do Município (DOM) do último dia 7, a abertura de licitação para aquisição de barracas desmontáveis destinadas aos trabalhadores da localidade.



Rejeição ao modelo de barraca proposto

Os feirantes afirmam que o modelo de barraca descrito no edital não atende às necessidades da feira, que é permanente. Edineide Ribeiro Santos destacou que o projeto não foi apresentado aos trabalhadores e criticou a falta de transparência:
“Queremos saber qual modelo será adotado, porque de acordo com o edital, essa barraca não serve. Precisamos dialogar com o prefeito, porque a estrutura precisa suportar peso e proteger nossas mercadorias”, afirmou.

A comerciante Aires Maria de Jesus também se manifestou, defendendo um ambiente de trabalho mais digno:
“Além de uma boa barraca, queremos um espaço limpo e organizado. Isso valoriza nosso trabalho e melhora a experiência de quem vem de fora”, disse.

Número de feirantes e impacto da medida

Segundo Adailton Gomes, a feira conta com aproximadamente 500 trabalhadores, entre fixos e ambulantes. Ele alertou para os desafios do modelo desmontável proposto pela Prefeitura:
“Nossa feira é composta majoritariamente por mulheres. Essas barracas de lona, que precisam ser montadas e desmontadas, não são viáveis. Não tivemos acesso ao projeto. É preciso diálogo”, pontuou.

Sônia de Jesus Santos, vice-presidente da Associação da Feira da Marechal e estudante da UFRB, reforçou a necessidade de barracas estruturadas:
“Essas barracas precisam garantir dignidade. Não adianta ser de lona que não resiste ao vento e ao sol. Queremos estrutura, não improviso”, declarou.

Governo mantém posição, mas promete diálogo

O líder do governo na Câmara, vereador José Carneiro Rocha (União Brasil), afirmou que o Executivo está aberto ao diálogo, mas manterá suas prerrogativas:
“Não se trata de impor um modelo onde se possa até dormir. Isso não vai acontecer. O governo quer o diálogo, mas sem abrir mão de suas diretrizes”, disse.

Ele ainda informou que novas reuniões ocorrerão com os representantes dos feirantes e com o secretário de Agricultura e Recursos Hídricos, Silvaney Araújo.

Prefeitura defende padronização

O secretário Silvaney Araújo afirmou que a padronização seguirá o modelo de barraca tabuleiro, semelhante ao adotado por programas estaduais e federais, e que outras feiras também passarão por esse processo:
“Queremos valorizar o espaço e cuidar da tradição da Marechal. A feira é feita de história e famílias. Ouviremos o povo antes de qualquer decisão”, garantiu.

A licitação para aquisição das novas barracas já tem data marcada, mas os feirantes seguem exigindo que o modelo seja debatido com a categoria antes da implementação.

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