Dentista encontrado morto após briga familiar: novos relatos indicam que ele tentou defender a mãe durante surto da irmã

 Feira de Santana, 13 de maio de 2025 – A morte do dentista Tarcio Vinicius Ouriques Cordeiro, de 36 anos, dentro de uma cela no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, em Feira de Santana, trouxe à tona uma série de questionamentos e novos relatos envolvendo a briga familiar registrada no último domingo (11). O caso, inicialmente tratado como uma tentativa de homicídio, ganha contornos distintos após familiares afirmarem que o profissional tentou proteger a mãe durante um surto da irmã.

Dentista teria tentado conter a irmã durante surto

Segundo informações, Tarcio recebeu uma ligação da mãe informando que sua irmã gêmea, estudante de medicina, estaria em surto e a agredindo dentro de um condomínio de luxo no bairro SIM. Ao chegar ao local, ele teria presenciado a cena e tentado intervir, entrando em luta corporal com a irmã para evitar maiores agressões à mãe.

Familiares negam a versão divulgada inicialmente de que Tarcio teria usado uma faca contra a irmã. De acordo com eles, o dentista utilizou apenas força física para contê-la. A irmã foi socorrida para uma unidade hospitalar e permanece internada. Seu estado de saúde, no entanto, ainda não foi divulgado.

Declarações da delegada

A delegada responsável pelo caso, Claudine Passos, explicou os primeiros levantamentos. “A priori trata-se de um su1cídi0. Hoje pela manhã, ao fazer a conferência dos presos, os investigadores perceberam que havia um óbito”, afirmou.

Ela acrescentou: “A gente não descarta a possibilidade total de ter sido um su1cídi0. Tarcio Vinicius foi apresentado ontem, após ter sido autuado em flagrante pela Delegacia da Mulher. Ele havia se envolvido numa briga com a irmã.”

Antes de ser levado para a delegacia, Tarcio também passou por atendimento médico, já que apresentava lesões provocadas durante o confronto.

Morte sob custódia será investigada

Na manhã desta segunda-feira (12), o dentista foi encontrado morto dentro da cela, com uma corda artesanal conhecida como "tereza" em volta do pescoço, amarrada a uma barra de ferro na parte superior da grade.

Diante da morte ocorrida enquanto Tarcio ainda estava sob custódia da Justiça, a Polícia Civil abriu uma investigação para apurar as circunstâncias do óbito, inclusive se houve falhas na custódia ou negligência por parte dos agentes responsáveis.

A tragédia abalou familiares e amigos, especialmente diante da nova versão dos fatos, que aponta para uma tentativa de proteção diante de uma situação de crise familiar.